04 agosto, 2012

Quando o desporto é um part-time...

Michael Phelps igualou o número de medalhas (22) que o desporto português obteve em um século de olímpiadas. Humilhante? Não, realista. Ponham os olhos no exemplo da atleta lusa Clarisse Cruz, 34 anos, que se apurou para a final dos 3000 metros obstáculos, depois de uma queda durante a corrida. Explicou ela, no final, que apesar de estar no seu melhor estado de forma, não tem sido fácil conciliar o seu trabalho e os treinos pós-laborais com vista à alta competição. Ou seja, o desporto na vida desta atleta é um part-time por pura carolice. Contra factos, não há argumentos. Pedir a amadores que compitam ao mesmo nível dos profissionais é tremendamente injusto.

A arte de comentar

Nem tudo é mau no serviço público de televisão. Excelente cobertura da RTP dos Olímpicos, distribuindo as provas pelo seu canal HD, pela RTP-2, a RTP-Informação e, sempre que há finais com portugueses, pela RTP-1. Os comentadores também são, maioritariamente, pessoas afectas às modalidades. Treinadores, ex-atletas, etc. Um tal «Nuno», que comenta as provas de trampolins, está a passar todas as marcas. Comenta com tal paixão que até diz o que o atleta Diogo Ganchinho está a sentir, aquando da eliminação. Mas o melhor narrador é mesmo Luís Lopes. Ninguém sabe mais do que ele no que diz respeito a qualquer modalidade do atletismo. Domina a técnica, a táctica, a estatística e...se calhar o mais importante, tem memória. Só ele consegue tornar os 20 kms marcha numa corrida dinâmica e interessante. Ninguém adormece ao ver uma prova de atletismo.