21 junho, 2012

Uma pausa na troika

O golo de Cristiano Ronaldo deixou muita gente aliviada. Os efusivos abraços do Relvas na tribuna de honra revelam que até ao final do mês não será uma moção de censura dos comunistas que vai apoquentar o governo. Os patrocinadores da selecção também não devem caber em si de contentes. Principalmente os da indústria da cerveja, que, cujo consumo, soube-se hoje, caiu para níveis de há anos. Portugal mantém-se no Europeu até, pelo menos dia 26 e as temperaturas vão, finalmente, ser de verão a partir do próximo domingo. Nem tudo é mau no país da troika.

O racismo apodera-se da «bella Itália»

Mario Balotelli é sinónimo de polémica garantida. Um político italiano, Paolo Ciani de seu nome, publicou no seu Facebook uma fotografia de um jogador a trabalhar no meio do campo. Diz o sr. Ciani que o jogador da «squadra azzurra» «cometeu uma falta digna de cartão vermelho e logo atacou verbalmente o banco de suplentes e tiveram de o calar. Este palhaço deve trabalhar no campo», remata. A «bota» está contagiada por um racismo sem limites, ainda um lastro do berlusconismo.

Ai se eu te pego!

De besta a bestial, de banal a genial. A selecção não foi Cristiano mais 10, mas o madeirense desequilibrou o jogo com os checos em favor de Portugal com um golo de antologia e pormenores dignos de um predestinado. Não fosse o poste e Ronaldo já teria garantido o prémio de melhor marcador no Euro 2012. A equipa está claramente em crescendo, com bons automatismos e demonstrando ambição. O remate à baliza é que continua a ser a eterna pecha. Agora, venha a França nas meias-finais, para vingar o europeu de 84.

A frase do dia


«Somos uma sociedade de adicções. É muito difícil manter-se imune e equilibrada quando todas as mensagens que recebes passam por se não vestires de determinada maneira, se não tens uma jóia, se não compras uns sapatos ou uma mala de determinada marca...Se não consomes não és ninguém. Somos viciados em tudo e cada vez mais frágeis. E o sexo também se converteu em parte desse consumo», Juliette Binoche, actriz francesa, em entrevista ao jornal «El Mundo, 21 Junho 2012