14 junho, 2012

A insustentável fúria dos...mercados

O «resgate suave» apanhou-me em Madrid, no passado sábado. Minutos antes das 8 da noite, o ministro Guindos apareceu a um batalhão de jornalistas para explicar os termos em que a Espanha pedia ajuda financeira para o seu sistema bancário. Tudo parecia, finalmente, traquilizar-se, mas desde segunda-feira que as agências de notação e os mercados continuam indomáveis. Os juros da dívida e os prémios de risco da Espanha estão a ser acompanhados diariamente quase com mais entusiasmo do que os resultados no Euro 2012. O apocalipse da zona euro continua a ser prognosticado pelos profetas da desgraça. Parece que estamos na presença de doente terminal, a quem uns dão dias de vida, outros alguns meses.

A tranquilidade comanda a mente

Se Passos Coelho está numa fase de relaxe, em plena febre do Euro 2012, Cristiano Ronaldo está tomado pela ansiedade. O mimo e as birras que atribuem ao «CR7» pelo seu mau desempenho com as cores das quinas, são a discussão que alimenta o país. Bruno Prata diz hoje no «Público» que na comitiva teria sido necessário incluir um psicólogo para «controlar a ansiedade do craque». Bem sei que em Portugal a saúde mental é um tabu que ainda convém falar em surdina, mas chame-se curandeiro, vidente ou psicólogo, qualquer especialista em agitar mentes, devia estar nesta selecção. Era precisamente isto que fez o tão criticado Scolari ou a «sua» Senhora do Caravaggio. Sempre se deu tanto destaque aos mimos gastronómicos do chef Hélio Loureiro, mas ninguém ousa perguntar aos responsáveis federativos porque não há nenhum assessor ou assessora da mente para os comandados de Paulo Bento.

A tirania comercial

Os que criticaram o circo em torno da selecção nacional, devem estar a engolir em seco com a notícia desta tarde que diz que a UEFA vai analisar as cuecas do avançado dinamarquês, Nicklas Bendtner, que nos festejos dos dois golos contra Portugal, mostrou o elástico das cuecas com publicidade a uma casa de apostas. Sob o jugo da UEFA e da FIFA nada se pode fazer, nem tirar a camisola, nem mostrar a roupa mais íntima.

Ouvido no Metro

«Um casamento hoje em dia dura quatro ou cinco dias», anónimo, na Linha Azul do Metropolitano de Lisboa, 14 Junho 2012