16 outubro, 2011

TV Crime

Aos críticos recorrentes do «Correio da Manhã», aconselho a verem mais os jornais televisivos. O noticiário das 22 horas na SIC-Notícias foi de fazer chorar as pedras da calçada. Crime na Pontinha, facadas no comboio em Corroios, polícia de choque irrompe em festa no Seixal e prisioneiro em Paços de Ferreira agride guarda prisional com caneta no olho. A violência e a delinquência estão aí, para quem quiser ver. Nos próximos tempos vai ser mais, muito mais do mesmo. Já aqui deixei a ideia e reitero. O melhor negócio da televisão no cabo seria criar uma TV Crime, com directos dos locais das ocorrências, conferências de imprensa da polícia e a análise de especialistas. Matéria prima não faltaria.

Vender positivo

O que fazer quando tudo arde? Pelos vistos para a administração do El Corte Inglés a receita é proibir os seus funcionários de pronunciar a palavra «crise» aos clientes e não dar troco no caso de o freguês puxar conversa. É o que chama vender positivo. Estes espanhóis são verdadeiramente uns génios do marketing.

O espírito de São Bento

Ontem eram milhares, hoje já só eram uma centena. O espírito de Madrid, gerado na Puerta Del Sol, chegou a Lisboa, numa versão algo mais frugal. As assembleias populares decorreram ao longo de todo o fim de semana às portas da «casa da democracia». Os indignados prometeram repetir a dose, massiva, no dia em que for discutido o draconiano Orçamento do Estado 2012. A polícia vai estar atenta para que as escadas do «olimpo» parlamentar não sejam ultrapassadas. Como se viu no sábado, basta um descontrolado para que tudo descambe. O ministro da Administração Interna que controle os desgraçados agentes. Pese embora o povo ser sereno, ninguém garante que o caldo não se entorne.