07 maio, 2011

O Zuckerberg de Belém

Cavaco e a saga das redes sociais. O homem está mesmo dependente do Facebook e veio hoje explicar em 4 linhas, o que ontem disse em 10 minutos. De facto, poupou tempo, mas repetiu a mensagem. Tudo o que é demais é moléstia, Aníbal!

Eu sou o rosto

O PSD diz que tem até 5 de Junho para mostrar que os portugueses estão errados quando nos estudos de opinião dos últimos dias continuam a achar que Passos Coelho não é uma alternativa sólida para suceder a Sócrates. Miguel Relvas reconhece mesmo que os portugueses continuam a acreditar no secretário-geral do PS pelas suas qualidades de comunicador. E que comunicador, dizemos nós. A tirada de ontem em Portimão, dita com aquele seu ar de quem nos está a pedir perdão por um lado e a prometer a felicidade eterna por outra, fica para a história e significa que não há marqueteiros brasileiros que derrotem a máquina de propaganda socialista: «Eu sou o rosto de muita coisa apenas porque já fiz muita coisa. E esses que me acusam são o rosto de quê?», disse o engenheiro.

Exercício underground

Lisboa é uma cidade de surpresas. Agora já é possível fazer exercício gratuitamente em muitas estações do Metropolitano da capital, tal é o número de escadas rolantes e elevadores que permanecem eternamente em reparação. Ultimamente, já nem metem o letreiro «prometemos ser breves». Menos mal que as composições ainda vão circulando com regular periodicidade, não atrapalhando o utente cumpridor e zeloso dos seus horários. O Metro é uma das empresas públicas que está com a corda na garganta, mas é de supor que o dinheiro fresco que o FMI nos vai «emprestadar» (sim, porque alguém acha que vamos algum dia liquidar esta dívida?) resolva, qual varinha de condão, as paralisias das diversas empresas públicas de transportes.

Feira da ficção

Sábado soalheiro, mas ventoso. Romaria à Feira do Livro de Lisboa no obrigatório Parque Eduardo VII - Acho um mistério que este espaço nobre da cidade continue a servir apenas para 15 dias de festa em 365 dias de um ano. Muita gente a circular, famílias inteiras, aparentemente poucas compras. Chamam a atenção o inovador túnel da Babel ou o hipermercado que a Leya, um ano mais, montou à entrada da Feira de quem vem do «pirilau» do Cutileiro. Bom local para rever amigos ou ex-colegas há muito sem lhes pormos a vista em cima, ou figuras públicas como Mário Soares, Marques Mendes, Vera Roquette, Otelo Saraiva de Carvalho ou Soraia Chaves. Uma salada russa. Há de tudo como na farmácia. O que parece algo confrangedor é ver Eduardo Lourenço, António Barreto ou Maria Filomena Mónica, figuras de topo da nossa intelectualidade, completamente às moscas nas sessões de autógrafos. Lobo Antunes e José Luís Peixoto suscitam grossas filas de fãs, com um livro na mão, à espera de uns divinos rabiscos. Definitivamente os portugueses preferem a doce ficção, à dura realidade. As sondagens políticas ontem reveladas assim o confirmam.

Severiano Ballesteros (1957-2011)