11 abril, 2011

A arte de bem receber

Este camarada é dinamarquês e chama-se Poul Thomsen. É o ponta-de-lança do FMI em Portugal para provavelmente nos matar com a cura. Lamento que não tenham preparado uma recepção de luxo para a comitiva no aeroporto da Portela, com confetis, banda filarmónica e umas majoretes. Ao fim e e ao cabo, estes senhores vieram salvar-nos. Mas ainda podemos emendar a mão. Segundo oiço eles vão ficar algum tempo de volta dos podres do país, a negociar as condições do empréstimo e de que forma nos podem tramar (ainda mais?) a vida. Mas como sempre os portugueses se revelaram uns mestres na arte de bem receber, sugiro que ao senhor nórdico e aos seus ajudantes esta «casa pobre, mas muita digna», proporcione as melhores condições de trabalho. Por exemplo, uns jantares opíparos de marisco no Guincho, umas noites de fado em Alfama, um carregamento de pastéis de Belém quentinhos todas as manhãs ao pequeno-almoço e, se desejarem, à boa maneira de Pinto da Costa, um serviço à la carte com a melhor «fruta para dormir» à disposição dos senhores inspectores do FMI. Não se pense que o objectivo é comprá-los. Longe disso. A malta é séria e detesta a corrupção. Mas mesmo na penúria, há que deixar uma boa imagem. Não acham? PS: Só mais uma coisa. O alojamento não pode ser descurado. Uma boa noite de sono é importante. Os hoteleiros portugueses também têm de contribuir e seria de bom tom oferecer a estadia aos senhores. Há aquela pensão na Praça da Alegria onde fica o dono do IKEA, mas penso que para os cavalheiros do FMI tudo o que seja abaixo do Ritz, Pestana Carlton ou Hotel da Lapa, é menosprezá-los.

Sensualidade rural

Apanhei esta «pérola» no Facebook, também conhecido pelo «Bar do Zuckerberg». A senhora da foto chama-se Gabriela Ventura, e segundo informações de fonte que bebe do fino é dirigente do Ministério da Agricultura, estando actualmente com a missão de gerir o «PRODER» (Atenção às gralhas!). De facto, perante este «espectáculo» de sensualidade rural não há «Paulinho das Hortas» que resista. Esta senhora deve ser um eucalipto que seca tudo à volta.

Gelatina Nobre

Os meus amigos mais chegados já me baptizaram: sou o «papa-gelatinas», tal é o fragor com que devoro os multicolores qaudrados ou rectângulos que me aparecem à sobremesa. Pois é precisamente isto que julgo ser a candidatura laranja do camarada, agora liberal e/ou com uma pontinha de social-democrata, sem esquecer uns resquicíozinhos de monarca e de bloquista, Nobre. Não confundir com as salsichas. Ele é uma imensa «gelatina política», termo imemorial com que Carrilho baptizou a alegada inconstância de Marcelo Rebelo de Sousa.Bem dizia esta noite o «pai» Soares em entrevista à Dona Fátima: «Mas como é que um homem que nunca foi deputado é logo candidato a presidente da Assembleia da República»? O «pai» Mário também já vai um bocado avançado na idade, mas continua a debitar umas coisas muito acertadas.

A convicção do «reizinho»

Na edição de amanhã do mais diabólico semanário do panorama mediático do «rectângulo», o nosso «reizinho» garante que com uma monarquia o país não estava assim. Não sei se seria assim tão linear. Vide o exemplo belga, em que existe uma monarquia e nem à lei da bala os francófonos e os flamengos se entendem e vai para um ano que não há governo político em Bruxelas. Com todo o respeito, senhor Dom Duarte, dê umas voltinhas com a senhora dona Isabel e leve a cachopada. Mas desampare a loja!

Asfixia editorial

A editorial Caminho suspendeu a apresentação, no Funchal, do livro "Jardim, a Grande Fraude - Uma Radiografia da Madeira Nova", por falta de local. Segundo a TSF, a apresentação estava prevista para terça-feira, mas a editora foi confrontada com a indisponibilidade de salas por parte de hotéis, informou o autor da obra, Ribeiro Cardoso. Vêem como funciona o «polvo» na ilha do Jardim? Esta é a versão editorial da asfixia democrática de que falava o «pai» Soares. Sinal inequívoco que temos grande líder no Funchal até que a saúde resista.

Nobre & Coelho

Por mais voltas que dê à cabeça, não consigo perceber, exceptuando na lógica da captura desenfreada de votos e na lógica do «tacho», as escolhas de Nobre e Passos. O médico, um inexperiente absoluto na política, tem o cargo de deputado garantido e ainda leva como «jackpot» o lugar de presidente da Assembleia da República. Passos Coelho arrisca seriamente a sua cabeça, é certo que pode ganhar alguns votos mais à esquerda, mas também pode perder outros nessa área, porventura mais. Nobre é quase «virgem» em debates políticos e tem algumas «pontas» soltas que o PS vai, por certo, aproveitar. Estou em pulgas para saber se o «pai» Soares, para muitos o criador político de Nobre, foi contactado pelo agora candidato social-democrata. Uma coisa é certa, haja o que houver, os próximos meses políticos adivinham-se particularmente estimulantes.