12 dezembro, 2010

Os amigos portugueses

As filtrações do Wikileaks sobre Portugal chegaram ao «El País» e não são nada simpáticas para o MNE Luís Amado: Se dúvidas havia, correspondência oficial da embaixada americana em Lisboa agradece o papel de Portugal na cedência das Lajes para a aterragem de voos com presos de Guantanamo. Se for fiel à sua promessa, Amado terá de se demitir. Já sobre o Primeiro-Ministro os americanos não podiam ser mais laudatórios, considerando-o «carismático», mas com a ressalva que lhe «desagrada partilhar o poder». Os americanos torcem também o nariz à relação de proximidade que o primeiro-ministro mantém com a Venezuela, mas tal facto não mina a condição de «aliado» do nosso país. Um mimo.

Do bote para o pódio

Portugal está a transforma-se num país de acolhimento exemplar para cidadãos com passados humildes e oprimidos. Youssef El Kalai, o português de origem marroquina que hoje conquistou a medalha de bronze no europeu de corta-mato, chegou à Europa vindo num bote com outras dezenas de imigrantes clandestinos e no passado o nascido nigeriano e posteriormente naturalizado luso, Francis Obikwelu, passou de trolha das obras a campeão dos 100 e 200 metros, também envergando a camisola da selecção das quinas.

Símbolos de longevidade


Este sábado ficará para a história nacional no «Guiness Book». Manoel de Oliveira cumpriu 102 anos, reforçando a sua posição inalcançável de cineasta mais idoso em actividade e Alberto João Jardim, há 32 anos na liderança do governo regional da Madeira, anunciou que é candidato a mais um mandato nas eleições agendadas para final de 2011, o que cimentará, certamente, a sua eternização à frente do cargo. Não tarda jornais de todo o mundo afluirão à Madeira, não para falar das belezas e potencialidades turísticas do arquipélago, mas para saber mais sobre este autêntico papa-vitórias num regime dito oficialmente democrático.

Vai uma aposta que não?

Sócrates garante em entrevista ao DN e à TSF que o seu governo vai chegar ao fim da legislatura. Se Portugal fosse um país, como a Inglaterra, onde se aposta por tudo e por nada, não colocaria um cêntimo nesta hipótese.