23 outubro, 2010

Negócios pouco branquinhos

O caso Agostinho Branquinho é o exempo acabado de que PS e PSD são feitos da mesma massa, o que muda são mesmo os artistas, nomeadamente quanto ao seu apetite insaciável por tratar da sua vidinha. Há uns meses não sabia o que era a Ongoing, hoje aceita abandonar o cargo de deputado para o qual foi eleito e viajar para o Brasil para assumir nessa empresa um cargo de topo. Mais um motivo para reformar o Parlamento e reduzir a câmara a uma centena de deputados em exclusividade de funções, a ganhar um ordenado acima de qualquer espécie de tentação.
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Com régua e esquadro

O Cavaco avesso aos «media» e à lógica da propaganda eleitoral faz parte do passado. Este Cavaco é um craque em definir a sua estratégia política e o espaço e o timing que pretende ocupar na comunicação social. Está há meses em campanha e permite que o «Expresso» o acompanhe durante 15 dias para uma reportagem publicada 72 horas antes do anúncio oficial da sua candidatura, já tendo feito o mesmo, numa perspectiva mais pessoal e intrusiva da sua privacidade, com o «Correio da Manhã», há meses atrás, em Boliqueime. No fundo, o PR escolhe os jornais que contam alguma coisa em Portugal, um para a elite esclarecida e outro para o povo que já desistiu de tentar esclarecer-se. O plano é de tal forma rigoroso que causa estupefacção a revelação de Marcelo sobre o anúncio oficial da recandidatura no CCB, no próximo dia 26. Ainda se descobre que não foi por acaso.

Real Mourinho

O Real Madrid de Mourinho começa a carburar e com ele Cristiano Ronaldo, que se assume como o melhor marcador do campeonato. Hoje foram 4 do madeirense na vitória diante por Santander por 6-1. O curioso é que é a primeira vez que Ronaldo atinge essa marca de golos num jogo em toda a sua carreira.

Cimeira com sabor a guerra fria

Luís Delgado definiu na perfeição estas conversações no Parlamento entre o Governo e a oposição: uma espécie de cimeira entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética, em plena guerra fria, em que o dossiê em cima da mesa era o armamento nuclear. Desta feita o «armamento» é outro, mas não menos explosivo. Uma delegação vinha de um lado do corredor e a outra, para não se cruzarem, vinha do lado oposto. No final repetiram todos palavras de circunstância, sem nada adiantar, deixando aos jornalistas a ingrata e tonta missão de adivinhar os «facies» dos intervenientes. Amanhã, no local do costume, há mais uma ronda negocial. À hora do chá. É só mesmo para entreter o habitualmente enfadonho fim-de-semana. A viabilização do documento está garantida.

O jornal com a «testosterona aos saltos»

O jornalismo português já conheceu melhores dias. Leitores pouco críticos e exigentes fazem com que a pobreza franciscana continue a campear nos títulos que todos os dias saem para as bancas. Hoje no «Jornal de Notícias», na sua página 71, li um artigo(?) numa suposta página de desporto chamada «Fora-de-Jogo». Podia ler-se que o jogador português do West Ham, Manuel da Costa, fora preso em Londres por agressão sexual a uma bailarina de «stripease». A prosa está escrita num registo reles e altamente desleixado e atinge o zénit nesta passagem que a seguir transcrevemos: «(...) Ás tantas o bom do Manuel não resistiu a tanto charme. Saltou para o palco e agarrou-se à bailarina, apalpando-lhe os seios. A moça não gostou e tratou de afastar aquele saco de testosterona aos saltos. Conta quem viu que o rapaz odiou a rejeição e que disparou um estalo na ninfa(...)». Este é apenas um cheirinho. Lamentável. Literalmente para os anais do jornalismo.