19 outubro, 2010

A revelação do dia

«Maioria das mulheres não sabe engravidar», manchete do jornal «Metro», 19 Outubro 2010

Choque luminoso

Tive de ler duas vezes o rodapé que passava num dos canais 24 horas: «iluminações de Natal em Lisboa vão custar quase 846 mil euros». Como disse? Para piorar o cenário a ideia foi do vereador Sá Fernandes, essa luminária da autarquia da capital que em altura de aperto protagoniza um verdadeiro choque luminoso. Para descansar o munícipe, ainda boquiaberto, sabe-se também que o valor será pago na totalidade apenas no próximo ano. Muito mais tranquilizador. Mais endividamento, como se o que existisse fosse pouco...

O melhor é habituarem-se!

Com o seu eterno ar de cabeleireira de bairro, Maria João Rodrigues, ex-ministra do Trabalho de Guterres, entre 1995 e 97, disse hoje, durante uma conferência, que se este orçamento for aprovado «os próximos serão muito piores». Com esta simplicidade e contundência. Ao melhor estilo dos seus «compagnons de route», Vitorino, com o «habituem-se», ou do próprio Guterres, com o «é a vida».
Mais uma sentença, com uma leveza tão natural como a nossa sede, típica dos que já por lá andaram, contribuíram com uma pazada para aumentar os escombros em que estamos soterrados e depois trataram da vídinha nas prateleiras douradas de Bruxelas ou encerrados em inacessíveis gabinetes de docentes universitários, quais torres de marfim.

A pedido de muitas «famílias» e alguns banqueiros

A pedido de muitas «famílias» e alguns banqueiros, o PSD vai viabilizar, pela via da abstenção, o Orçamento. O guru espiritual de Passos Coelho, o ex-MAI Ângelo Correia, já anunciara ontem na TV o veredicto da nação social-democrata. É precisamente Ângelo que ao mesmo tempo reconhece que «Sócrates é um grande artista», dificilmente destrutível, mas que considera que este encolher de ombros do PSD vai relançar definitivamente o presidente laranja para S. Bento. Não estou assim tão certo. A contestação, para já, só se vê nas paginas dos jornais e nos ecrãs de televisão. A rua está calada e as sondagens, em que PS e PSD, surgem empatados (e não me venham falar de estudos de opinião manipulados), constituem um verdadeiro case study a nível planetário. Se eu fosse Passos Coelho estava preocupado porque não descolo de um primeiro-ministro que lidera um governo que dizem estar moribundo. Estará mesmo?