20 agosto, 2010

Os polvos são eternos

Da primeira vez que bateu com a porta na FPF, Queiroz pediu que se limpasse a porcaria. Voltou, bastantes anos depois, abandonado o paraíso que tinha em Manchester, para enfrentar uma máquina federativa que se eterniza nas respectivos «tachos» há tempo demasiado, com especial destaque para Amândio de Carvalho, o eterno vice-presidente da FPF e figura proeminente já no longínquo ano de 1986 no PREC de Saltillo, no Mundial do México, uma espécie de Cardeal Cerejeira do sistema futebolística nacional, não querendo necessariamente isto dizer que Madaíl é o Salazar prestes a cair da cadeira. «A cabeça do polvo», como lhe chamou Queiroz, está segura e manter-se-á. O ainda seleccionador tem sede de vingança e promete vender cara a derrota nos processos disciplinares que agora se começam a multiplicar. Já chegámos ao ridículo de o seleccionador suspenso por um mês ir à Noruega assistir a um jogo da qualificação da selecção de Portugal a suas expensas. Continuamos sempre nas bocas do mundo. E não pelos melhores motivos. Se o secretário de Estado Laurentino, especialista na arte de engonhar, nada diz sobre os alegados contornos políticos do caso, então questionem directamente o PM quando ele regressar bronzeado a S. Bento. Vão ver como ele corre...

Não toca, mas foge

O anúncio ainda passa nas televisões, mas a verdade é que «Querido Mês de Agosto», intitulado o «maior festival de música portuguesa», previsto para 19, 20, 21 e 22 de Agosto, em Vila Real, foi cancelado ao fim do primeiro dia. Alegadamente sem dinheiro para pagar aos músicos contratados, entre os quais grandes figuras de cartaz como Pedro Abrunhosa, João Pedro Pais, Rita Guerra e Miguel Gameiro, os organizadores acharam que seria um final airoso, para eles, claro, fugirem com o dinheiro dos bilhetes e, neste momento, ainda estão em paradeiro incerto. Quem reclamou a devolução do preço das entradas, vai ficar a ver navios. Mais uns «incendiários» que andam a monte. Se a moda pega, a PJ que arranje uma nova área de investigação criminal.

Pouco «Salt» e muita pimenta

«Salt» é um dos filmes deste verão, muito por culpa da personagem principal, Angelina Jolie, e por causa da benevolência da crítica, habitualmente impiedosa para os «movies» com muitos tiros, explosões e pancada. São 100 minutos de acção, em que a diversão, rivaliza com a invenção. Qualquer semelhança com James Bond, como tivemos oportunidade de ler dos tais críticos simpáticos, é pura coincidência. A assinalar apenas o facto de os filmes sobre espiões prosperarem como cogumelos, pouco tempo depois de os dois presidentes, o russo e o americano, terem realizado uma mini-cimeira numa hamburgueria em Washington. Pelo menos no ecrã, regressámos à «guerra fria».