23 novembro, 2009

Lições britânicas

O campeonato inglês de futebol é diferente por todos os motivos e, já agora, junto mais um: a vergonha. Os jogadores do Wigan Athletic vão custear dos respectivos bolsos a devolução do dinheiro aos seus adeptos que se deslocaram até Londres para assistir à estrondosa goleada (9-1) que a sua equipa sofreu do Totenham - a segunda mais expressiva de sempre da Premier League.
Se por cá os clubes tivessem de ressarcir as suas massas associativas pelas paupérrimas exibições e piores resultados, o melhor era decretar jogos à porta fechada. Por muito que se tivessem divertido ontem à noite, os adeptos de Alvalade seriam, por certo, os que mais jogos teriam visto à borla, tal tem sido a pobreza franciscana.

Um «dirty job» em troca de um «tacho»

Em 2005 foi Campos e Cunha que se chegou à frente ao admitir que se teria de aumentar impostos para fazer face ao défice. Uns meses depois bateu com a porta, sem estomago para ingerir o «prato» que lhe colocaram à frente para a legislatura.
Mais de quatro anos depois, foi a vez do governador do Banco de Portugal servir de voz do dono, afirmando que «aumento de impostos, não em 2010, mas até 2013». O descontrolo das contas públicas assim o obriga e nada melhor do que mandar um tipo com muitas responsabilidades e que devia estar acima dos partidos para fazer o chamado «dirty job». Constâncio é mais um caso gritante de incompetência, sempre a farejar lugares de primeira água, intramuros e fora deles. Se se confirma uma notícia veiculada há uns meses, que o governo socialista iria arranjar um poleiro dourado para Constâncio no Banco Central Europeu, trocando este de cadeira com Teixeira dos Santos, então a jogada compreende-se na perfeição. Preparem-se pois para apertar mais uns furos do cinto. Se ainda os tiverem.

Revelações de Lobo Antunes, o neurocirurgião

João Lobo Antunes está na selecta lista dos portugueses excelentíssimos. Neurocirurgião de primeira linha, com uma média de 400 operações por ano, o médico do Hospital de Santa Maria debruça-se, em entrevista ao «Ensino Magazine» de Novembro, sobre as questões éticas e filosóficas que mais o inquietam no exercício da sua profissão. Sobre matérias educativas, Lobo Antunes critica a desvalorização da memória promovida pela pedagogia moderna, o gradual desaparecimento da Filosofia dos programas escolares e a tentativa de aniquilar o livro. O médico encontra-se actualmente a preparar uma biografia sobre Egas Moniz, prémio Nobel e uma das suas referências, que deverá estar concluída em 2010. Sobre os políticos, o mandatário de Cavaco e Sampaio, admite que «haja políticos incompetentes», mas revela, de forma desarmante, possuir «uma enorme tolerância para com as fraquezas da natureza humana».
As dúvidas e as perplexidades de Lobo Antunes podem ser lidas na integra,
aqui.