22 setembro, 2009

Plantar para colher depois

O homem que reinventou o termo «lavoura» merece ter um bom resultado no próximo domingo. As campanhas eleitorais de Portas são sempre intensas e bastante dinâmicas. Portas é um autêntico «carregador de piano», como se diz no futebol. Hoje, andou de volta das uvas para as bandas do Bombarral. Ele é o partido. O seguro de vida e ao mesmo tempo o de morte do CDS. Chegar aos 8 por cento é o seu objectivo. Se Manuela não convence, Portas convence até demais. E o que faz, faz por gosto. Ele também é genuíno no esforço que desenvolve para fazer sobreviver o seu partido.

Asfixiada eleitoralmente

Parecia resultar e entrar no goto a expressão «asfixia democrática», mas logo se banalizou. Já se evoluiu para diversas cambiantes asfixiantes. Ao contrário de, por exemplo, Paulo Rangel, a líder social-democrata não consegue galvanizar. Isso é evidente nas arruadas e nas intervenções (sim, porque Manuela não faz comícios) que tem feito pelo País. Com meio país de costas voltadas para este Governo, seria um ensejo de ouro para o PSD regressar ao Poder. A menos que os indecisos protagonizem um valente golpe de teatro, vamos ter Sócrates, com ou sem Louçã por perto, por mais 2 anitos. Mas descansem os anti-socráticos, o «animal feroz» sem maioria absoluta jamais se aguenta no «poleiro» uma legislatura inteira. O poder minoritário também o asfixia.

«Jogos Sem Fronteiras» nas ruas de Lisboa

O autarca Costa começa a especializar-se em números próprios dos «Jogos Sem Fronteiras». Hoje, no Dia Mundial Sem Carros (a sério? Era mesmo?), agendou uma corrida entre o Metro, onde seguia o edil, um Porsche conduzido por Pedro Couceiro e uma bicicleta. O percurso era entre o Campo Grande e o Rossio. Ganhou o veículo de duas rodas, seguido pelo metropolitano e só, 33 minutos depois de ter partido, é que chegou a «bomba» de Couceiro. António Costa, hábil na arte dos truques políticos, sublinhou a eficácia dos transportes públicos com um novo «slogan»: «Se quer um túnel, vá de Metro», numa clara alusão à pretensão do seu principal adversário na campanha autárquica. Exemplar. Sem mexer uma palha e com uns exercícios de ilusionismo o Costa vai ganhar as eleições com uma perna às costas, beneficiando da falta de comparência de Santana Lopes, estranhamente «missing in action». Os cartazes que andam espalhados pelas ruas de Lisboa estão miseráveis. O homem está mesmo velho ou é só estratégia de «marketeiros» para fazer as massas pensarem que passou uma eternidade desde 2004?

Ilações preliminares

Pese embora o silêncio ensurdecedor do Presidente, começam a ganhar consistência algumas teorias do «BelémGate»:
1) Fernando Lima foi o «bode expiatório» escolhido por Cavaco para o sacrifício;
2) Cavaco aprendeu com o caso Dias Loureiro e não teve outro remédio senão prescindir, pelo menos oficialmente, do seu braço direito de mais de 20 anos;
3) Sobre a quem aproveita este episódio macabro da democracia portuguesa, no domingo à noite teremos mais pormenores. Mas o PS é que não sai prejudicado, certamente.