14 setembro, 2009

Porreiro, pá!

Vasco Pulido Valente tem razão: Sócrates é um propagandista. Dos bons. Competente do ponto de vista da imagem e da comunicação, só Portas lhe chega aos calcanhares na difícil arte de ser o que não é. O primeiro entrevistado dos Gato Fedorento no «Esmiuçar dos sufrágios» saiu-se da melhor forma possível. Diz ele que os filhos lhe disseram para ser «simpático e bonzinho». Fica bem falar dos petizes, mas Sócrates tem uns bons assessores e é um excelente actor. Na conversa com Ricardo Araújo Pereira, que mais parecia o John Stewart nacional no seu «Daily Show», Sócrates marcou pontos, sabendo ele que estava a ser visto por uma audiência mais ampla do que a que assistiu aos debates e, mais importante, por um eleitorado mais jovem, muitos deles que votam pela primeira vez, e que necessitam de ser convencidos. O estilo cool e sem gravata também ajudou. Irrepreensível, dizemos. Porreiro, pá!

Surrealismo

Como diz um conhecido comentador que «fala pelos cotovelos», Sócrates e Ferreira Leite são verdadeiramente incompatíveis e nem à mesa conseguiriam chegar a um acordo sobre o vinho a pedir para a refeição. O Bloco Central, com estes protagonistas, só pode ser um exercício de surrealismo.