21 julho, 2009

Justiça transparente

Foi projectado para ser um centro de escritórios, mas acabou por servir para encaixar a maior parte dos dispersos tribunais da cidade de Lisboa na moderna zona oriental da capital. O novo campus da Justiça é amplo, arejado e... transparente. Permite ver juízes a estudarem processos «top secret» e os arguidos e as testemunhas são fotografados pela imprensa enquanto aguardam na sala de espera. É a Justiça sem tabus, no seu melhor. O ministro Alberto Costa inaugura amanhã o espaço.

O conselheiro Bento

Cavaco escolheu agora Vitor Bento para substituir Dias Loureiro, arguido do caso BPN, no Conselho de Estado. Bento tem-se destacado na SEDES por defender cortes nas pensões e salários. Mas para os outros. Em 2000, meteu licença sem vencimento de um lugar no Banco de Portugal para se tornar presidente da SIBS, gestora da rede de multibancos. Em 2008, o banco de Constâncio promoveu-o por mérito (o que tem impacto em termos da reforma), depois de oito anos sem mexer uma palha no banco central. Num sítio com uma opinião pública informada e formação cívica decente, Bento nunca mais ocuparia nenhum cargo que se visse. Talvez o locatário de Belém – sempre tão elogiado pelos comentadores de serviço – fizesse melhor em encher menos a boca de ética e ter mais cuidado com as escolhas que faz.