11 junho, 2009

Garantido é que o Salgado está metido

Dia grande para Cristiano Ronaldo e para o BES. Garantido, garantido é que Ricardo Salgado deve ter dado uma ajudinha de uns milhõezitos ao Real Madrid. As nossas suspeitas confirmaram-se. Os balcões do Espírito Santo vão espalhar-se por toda a Espanha.
PS: Não menos curioso o spot publicitário do BES que ouvimos há minutos na TSF, com uma nova versão do anúncio que anda a passar em tudo o que é sítio há largas semanas. Ouve-se um indivíduo a hablar castelhano e uma «tuga» a dizer que «Ronaldo já sabe que vai para Espanha». Mais uma pista que confirma que o negócio estava, há muito tempo, «cozido» ao mais alto nível.

O que fazer com 94 milhoes de euros?

A transferência record de que todo o mundo fala envolve o estratosférico montante de 94 milhões de euros. Os jornais online têm feito diversos malabarismos a partir da pergunta: no que é que se pode gastar esta fortuna? Fique sabendo que com 94 milhões de euros nas mãos pode comprar 93 carros Bugatti Veyron, 1 milhão e 300 mil iPhones, fazer três viagens ao Espaço e oferecer um hamburger a toda a população do Canadá. É de fazer levitar qualquer mortal.

Uma Real loucura

É oficial, o Real Madrid contratou Cristiano Ronaldo por 94 milhões de euros, mais cêntimo, menos cêntimo. Dir-se-á que nenhum jogador do mundo vale esse dinheiro. É verdade. Mas Florentino Perez, «rei» da construção civil do país vizinho, despendeu 159 milhões de euros no espaço de 72 horas, trazendo para o seu Real Madrid, Kaká e Ronaldo. O brasileiro para render dentro de campo, o português para marcar uns golitos e, antes de mais, para captar verbas dos seus astronómicos direitos de imagem e vender uns milhões de t-shirts brancas, com o número 7 e o nome do craque madeirense nas costas. E, em plena crise mundial, há dinheiro para esta loucura? Há. Os direitos televisivos, o merchandising com a marca registada «CR7» e uma vitória na Liga dos Campeões serão mais do que suficientes para amortizar a mais cara transferência da história do futebol num par de anos. Esteja Ronaldo à sua altura e desde que a «movida» madrilena não lhe tolde o discernimento. Em Madrid as tentações são bem maiores do que na fria e cinzenta Manchester.

A frase do dia

«Dê-se o exemplo e esse gesto será fértil! Não vale a pena dar 'sinais de esperança' ou 'mensagens de confiança'. Quem assim age, tem apenas a fórmula e a retórica (...) Dê-se o exemplo de honestidade e verdade, e a corrupção diminuirá. Dê-se o exemplo de tratamento humano e justo e a crispação reduzir-se-á. Dê-se o exemplo de trabalho, de poupança e de investimento e a economia sentirá os seus efeitos», António Barreto, presidente da Comissão organizadora das comemorações do 10 de Junho, Agência Lusa, 10 Junho 2009

Histórias de um país estranho

É provavelmente um dos «bonecos» do ano. O primeiro-ministro italiano dentro de um carro oficial e ao fundo uma inscrição destinada ao próprio: «Num país normal Berlusconi estaria na cadeia». Nem mesmo os escândalos que diariamente o enlameiam são suficientes para lhe retirar o crédito que goza no povo italiano. O seu partido ganhou as europeias por margem confortável, mas com um score abaixo do previsto. O inenarrável e reles Berlusconi argumentou que a campanha mediática contra si, nomeadamente o caso das fotos das menores em sua casa, e (pasmes-se!!!) a transferência do brasileiro Kaká, do seu clube, o Milan para o Real Madrid, terão contribuído para esta performance eleitoral menos boa. No comments.

De pouco adianta sonhar

As ondas de choque das eleições europeias levaram-me a adiar um post sobre o desempenho da selecção nacional no sábado contra a Albânia. Depois de se invocar o factor sorte para explicar o desastre desta qualificação, hoje foi a vez de apontar as culpas para a virilidade dos estónios para justificar o empate a zero na ex-república soviética, em jogo amigável. Nao vi o jogo, mas pelo que leio na internet, o estreante guarda-redes Beto é que nos salvou de mais uma humilhação. Como bons portugueses, continuaremos a fazer contas até Outubro, com vista ao Mundial 2010, na África do Sul. A falta de qualidade de boa parte dos jogadores que compõem este grupo, a juventude dos seleccionados e as «invenções» do prof. Pardal, também conhecido por Queiróz, são os motivos óbvios para o quase certo afastamento da fase final. Scolari tinha mesmo razão. Estávamos e estamos mal habituados. E nem recordar o «deixem-me sonhar» de Torres, o seleccionador nacional que nos levou ao Mundial 86 com aquele golo ao cair do pano de Carlos Manuel em Estugarda, nos dá optimismo para o que falta de campanha.