05 março, 2009

«Musicjacking»

Para grandes males, grandes remédios, lá diz o povo. Fiel a esse aforismo popular, o produtor musical Tozé Brito, defendeu hoje que o governo faça um acordo com as operadoras de telecomunicações para vedar o acesso à internet a quem descarregue músicas ilegalmente. Diz ele que é meio caminho andado para o «fenómeno desaparecer».«Quando isso começar a suceder as pessoas pensam duas ou três vezes antes de fazerem 'downloads' ilegais», sublinhou, frisando que, embora a repressão judicial não seja o melhor caminho, «a prisão de meia dúzia de pessoas que agem ilegalmente, de forma sistemática, também teria efeitos positivos». Mais polícias e mais cadeias para tomar conta de uns milhares de pequenos vândalos informáticos? Reconheço que estão a estragar o negócio ao Tozé Brito, segundo o próprio a venda de CD's e DVD's caiu para metade, mas colocar em prática estas ideias é um perfeito delírio. «Roubar uma música é igual a roubar um carro», dramatizou, ainda mais, Tozé Brito. Uma espécie de «Musicjacking».

Deputados com falta de...trabalho

Já se sabia que o Parlamento não era um local muito bem frequentado - há umas semanas ouviu-se um sonoro «palhaço» vindo de uma das bancadas - mas a avaliar pelo que se passou esta tarde no plenário, dentro em breve a criancinhas vão passar a ficar à porta. Num dia em que se debatiam energias renováveis e painéis solares, os deputados do PS, Afonso Candal e do PSD, José Eduardo Martins, envolveram-se numa azeda troca de argumentos, com o primeiro a deixar no ar que o ex-secretário de Estado do Ambiente tinha «interesses» na venda de certos equipamentos. Palavra puxa palavra e a dialéctica resvalou para o insulto. A TVI mostrou por duas vezes que José Eduardo Martins mandou Afonso Candal «trabalhar», no mais elementar vernáculo («vai para o c.....», se me faço entender), tendo, de seguida, aconselhado o deputado a «baixar a bolinha». Uma verdadeira escola de boas maneiras este Parlamento. Não é possível, vendo as imagens da disputa verbal, instaurar um «sumaríssimo» ao prevaricador como se faz no futebol?
Desconhece-se o que o «peixe de águas profundas», Gama, tem a dizer sobre isto. Provavelmente, o costume. Nada.

O poder tira anos de vida

A imprensa e a blogosfera americana estão preocupadas com o súbito envelhecimento de Obama. Dizem que o stress provocado pela campanha e os 40 dias que leva na Casa Branca fizeram disparar o seus cabelos brancos (foto à esquerda, já de 2009, em comparação com a foto da direita, datada de 2007). «São tão agitados os tempos que correm que o nosso jovem presidente ficou "branco" em apenas seis semanas?», pergunta com ironia o «Washington Post». Pelos vistos o poder, para além da vertigem, também tira anos de vida. Que o diga Sócrates e a sua branca cabeleira e expressivas rugas.