22 dezembro, 2008

Terreiro dos tapumes

Agora que o Terreiro do Paço parecia estar num brinquinho, depois da conclusão das obras do Metro e do regresso do Cais das Colunas, anuncia-se que a partir de 5 de Janeiro a mais bonita praça da capital volta a ter obras para colocar caixas de esgotos. Lamentavelmente nenhum «iluminado» se lembrou de fazer isto em simultâneo com as obras do Metro. O presidente da Sociedade Frente Tejo, responsável pela requalificação da frente ribeirinha, já admitiu que as comemorações do centenário da República, em Outubro de 2010, possam estar «decoradas» com uns alusivos tapumes. O habitual cá no «quadrado»...

A crise chegou ao indulto

O Presidente da República, Cavaco Silva, concedeu hoje cinco indultos a reclusos, de um total de 351 pedidos, menos um que em 2007. Dos cinco indultos, quatro são de redução parcial de penas de prisão e um é de revogação de pena de expulsão. Como em 2006, um dos 34 indultados era afinal um foragido sobre o qual pendiam vários mandados de captura nacionais e internacionais, Cavaco foi, desta feira, bastante parcimonioso. Este homem não tolera um erro e não quis que o enganessem pela segunda vez.

Conspiração do silêncio

Sabe-se de fonte segura e que esteve no local, que a comunidade jornalística que ouviu o sermão da ministra Ana Jorge a um repórter da RTP, «não tugiu, nem mugiu». Como o «Correio da Manhã» escreveu há mais de uma semana, Ana Jorge reagiu à pergunta, dirigindo-se ao jornalista e dizendo-lhe: «O quê? O senhor não sabe o que está combinado? Que hoje só pode fazer perguntas sobre esta cerimónia e sobre o plano de combate à SIDA nas escolas? Ainda por cima é a RTP, a televisão pública, a fazer uma coisa destas. E, depois, logo à noite, não sai a reportagem». No local, estavam a ministra da Educação e da Saúde e foi um repórter fotográfico que posteriormente relatou o caso a António Ribeiro Ferreira, colaborador do CM, que deu visibilidade ao caso. Valha a coragem de homens com testosterona. Há uns e umas que se limitam a ser jornalistas «pé-de-microfone».

Experimentalismo laboral

Os 250 funcionários da Câmara de Mafra vão, a partir de Janeiro, trabalhar 4 dias por semana, de segunda a quinta, mas com horários algo mais alargados. A sexta-feira é considerada dia de «não-trabalho» mantendo-se a duração semanal do trabalho nas 35 horas, afirma a autarquia em comunicado. «Esta modalidade de horário flexível contribui ainda para promover o apoio social aos trabalhadores permitindo a conciliação da vida profissional e familiar, disponibilizando tempo para a resolução de questões pessoais e a redução de custos em transportes e alimentação fora de casa», diz a autarquia. O horário de atendimento ao público será aumentado em 2 horas e os funcionários estarão a trabalhar das 08:45 às 18:30, também de segunda a quinta-feira.
É uma ideia, mas um par de meses depois talvez fosse aconselhável divulgar um relatório sobre o custo-benefício desta experiência e os seus reflexos na produtividade.

Vingança tardia

Anda a circular na net, em versão pdf, a edição completa de «Equador» de Miguel Sousa Tavares, apelando para que ninguém ouse adquirir o dito livro neste Natal. Alegadamente, o mail provém de um professor indignado com a afirmação do escritor/jornalista/comentador de que os docentes «são os inúteis mais bem pagos» de Portugal. A «vingança do chinês» vem é um bocado tarde, porque o livro já vendeu cerca de 350 mil exemplares e a série que ontem estreou na TVI promete atrair mais uns milhares de curiosos.

Mais um fait-diverts

Os moralistas do costume apressaram-se a criticar a saída nocturna de Miguel Veloso, Djaló e Caneira, pouco depois do empate cedido pelo Sporting em casa diante da Académica. Os jogadores, apesar de ganharem incrivelmente mais do que o comum dos mortais, também são gente e, por acaso, até já tinham começado o período de férias. Mais uma não-notícia.