30 outubro, 2008

O «Cabaret» desceu à cidade

Desenganem-se os mais exigentes: não é o «Moulin Rouge», mas também não compromete. Bem pelo contrário. Até é uma agradável surpresa. Chama-se «Cabaret», é o musical em exibição no Teatro Maria Matos, em Lisboa, e faz da mescla do sangue novo de Ana Lúcia Palminha e Pedro Laginha e da experiência e serenidade de Isabel Ruth e Fernando Gomes o segredo do sucesso. A acção passa-se em Berlim, no início da década de 30, no período que antecede a ascensão Nazi ao poder. Sally Bowles é uma jovem inglesa que trabalha como cantora no Kit Kat Klub e que se apaixona por Cliff Bradshow, um jovem escritor americano, de viagem pela Alemanha, em busca do reconhecimento literário. O resto é o que se suspeita: muita música, muita cor e alguns momentos de intimidades e de quebra de tabus bem arrojados para uma plateia um pouco mais idosa, como a foto que apresentamos documenta. A encenação está a cargo de Diogo Infante, até há um mês o director artístico do Maria Matos, e que foi o responsável pela «captura» de Ana Lúcia Palminha para a pele de miss Sally Bowles, uma actriz/cantora em potência, de apenas 26 anos, e que vai dar muito que falar. Para já, encanta pela representação e pelas glamourosas unhas verdes. O musical vai permanecer em exibição até 28 de Dezembro. O preço dos bilhetes, considerando a qualidade do evento e a duração do mesmo(140 minutos), é bastante honesto.

Polémica sem inocentes


O director e o chefe de redacção de «A Bola» desfiliaram-se do Sindicato dos Jornalistas como forma de protesto pela recomendação emitida por esta entidade sobre a «linguagem violenta no noticiário desportivo». «Transformar todos os desportos em competições de gladiadores, de luta livre ou de boxe ou futebol é redutor para o desporto, desaconselhável para os jornalistas e fastidioso para os leitores, ouvintes ou espectadores», pode ler-se num excerto da recomendação do Sindicato e que surge na sequência de uma exposição de um pai de um jovem praticante de hóquei em patins que ficou indignado com o recurso por parte da imprensa desportiva a palavras como «humilhação», «vingança» e «alvo a abater», nas reportagens do torneio em que o seu filho participou. Duas notas que, quero achar, são partilhadas por muitos: o Sindicato pouco ou nada tem feito para defender a classe. Exigia-se algo mais de uma estrutura que defende profissionais com tanta responsabilidade social e, porventura, advertências mais sólidas do que esta que reportamos. Por outro lado, a imprensa desportiva não pode alijar responsabilidades do clima agressivo que se vive dentros dos recintos. A linguagem bélica, quase a ritmo diário, alimenta a agressividade e vai fazendo arder a fogueira dos ódios e das clubites. Mais uma vez esta conversa desemboca num tema incontornável: a regulação.

O «Tintim» de Sócrates

Sócrates aproveitou a Cimeira Ibero-Americana para, durante 6 minutos, vender o «seu peixe». Ou melhor dito, promover o «Magalhães», a menina dos seus olhos. Embevecido com tal maravilha da tecnologia, o nosso querido líder apresentou-a «como sendo o primeiro grande computador ibero-americano", dizendo mesmo que é «uma espécie de Tintim: para ser usado desde os sete aos 77 anos». «Não há um computador mais ibero-americano do que este, desde logo porque se chama Magalhães - e não há nome mais ibero-americano do que Magalhães", disse o primeiro-ministro, acrescentando que todos os seus assessores o usam diariamente. A sessão de venda de "banha da cobra" prosseguiu com uma referência ao presidente venezuelano: «O Magalhães foi pensado para as crianças e por isso é resistente ao choque. O Presidente Chávez já o atirou ao chão e não o conseguiu partir», disse. Se o exercício de televendas do líder do governo for coroado de sucesso, dentro de algum tempo exportaremos mais computadorzinhos destes, do que jogadores de futebol.

O «glorioso» motor de pesquisa

O SLBoogle, uma deliciosa fusão entre Benfica e Google, é um novíssimo motor de busca personalizado com o símbolo e as cores do clube «encarnado» e, avisa-se desde já, não é aconselhável a anti-lampiões fundamentalistas.

Pena do diabo

O adepto do Benfica que agrediu o árbitro assistente no encontro frente ao FC Porto, na Luz, no passado mês de Setembro, teve como condenação a proibição, pelo período de 1 ano, de aceder a recintos desportivos na modalidade de futebol e a uma pena de multa por crime de invasão do campo, bem como uma indemnização de 2500 euros ao fiscal de linha. O mesmo é dizer que este «índio», que dá pelo nome de Carlos Santos, pode, daqui a 365 dias voltar a fazer o que lhe dá na real gana. A prisão seria castigo demasiado para ser tão desprezível, mas a sua irradiação dos recintos desportivos, em que modalidade for, com apresentações periódicas na esquadra da sua residência sempre que a equipa de futebol do Benfica jogasse, seria uma penalização mais apropriada. Mais uma vez, a Justiça não deu o exemplo.

Craig, Daniel Craig


O anuncio da «morte» de Daniel Craig como actor foi um manifesto exagero. E nem mesmo o braço imobilizado por um acidente sofrido nas filmagens retirou glamour à «premiere» do «movie» de James Bond, a que se dignaram assistir os príncipes Henry e William. O segundo filme da saga 007, com o poético nome de «Quantum of Solace», estreou ontem no cinema Odeon, em Londres. Olga Kurylenko, a nova «Bond Girl», promete arrasar, a avaliar pela sua prestação na passadeira vermelha em Leicester Square. A estreia em Portugal é já de hoje a uma semana.

O primeiro satélite «socialista»

O primeiro satélite de telecomunicações venezuelano já se encontra em órbita. Baptizado de «Simon Bolivar», o Venesat-1 é para Hugo Chavez um contributo para «a construção do socialismo do século XXI». Este primor da tecnologia custou 325 milhões de euros. O camarada Evo Moralez apadrinhou o simbólico acto.

Já que vocês insistiram muito, eu recandidato-me!

O presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), Vicente Moura, assumiu hoje a recandidatura ao cargo, à margem de uma tertúlia sobre a missão olímpica a Pequim2008, realizada na reitoria da Universidade de Lisboa. Recorde-se que o comandante tinha afirmado em plenas olímpiadas de Pequim, ainda antes das medalhas de Nélson Évora e Vanessa Fernandes, que não tencionava continuar à frente do cargo. Os «apoios», entretanto recolhidos, levaram-no a reconsiderar. Mudança de direcção do vento, certamente.

A frase do dia

«Barack Obama já ganhou. Porque é que ganhou? O que mais surpreende nas eleições americanas é a extraordinária adesão da população ao candidato democrata, em contraste com a pobreza e o vago do seu programa. O carisma do orador - fora do comum - não explica tudo. Mais: até há pouco, seria inimaginável um presidente negro na presidência dos Estados Unidos. Que leva então os americanos a mobilizar-se em favor de Barack Obama?
À falta de razões evidentes, considere-se o slogan emblemático da sua campanha: «Change», mudança, «nós podemos mudar». Repetida milhões de vezes em discursos, cartazes, e-mails, telefonemas e todo o material de propaganda, aquela palavra não dizia nada e (por isso) exprimia tudo», José Gil, filósofo, revista «Visão», 30 Outubro 2008

Mourinho a zero

De pouco valeu a bronca de Mourinho aos seus pupilos. O Inter voltou a empatar a zero, desta feita em Florença, ficando relegado para o quarto lugar do Calcio. Na «cidade eterna», Roma e Sampdória não acabaram o jogo desta noite. As chuvas torrenciais forçaram a interrupção deste jogo da jornada da liga italiana.