04 setembro, 2008

A cabala, a urdidura e os políticos no Parque Eduardo VII

A Justiça errou, mas reconhecê-lo não basta
Chegaram-me logo de manhã a Luanda (onde integro a delegação do PE que vai observar as eleições angolanas) ecos da decisão judicial na acção que Paulo Pedroso interpôs contra o Estado pela prisão ilegal que sofreu, a pretexto das monstruosas calúnias contra ele lançadas na investigação sobre o processo Casa Pia. O meu dia tornou-se radioso, acontecesse o que acontecesse. Mas tive de esperar, impaciente, até alta noite para conseguir ter acesso à net e conhecer detalhes da sentença reproduzidos nos media portugueses.Agora que já li o que havia a ler, quero sublinhar o seguinte:O reconhecimento do erro judicial «grosseiro» é importante e reconforta. Mas não repara, nem de perto nem de longe, o sofrimento infligido a Paulo Pedroso (e não só - aos seus familiares e amigos, a Ferro Rodrigues, a outros membros da direcção do PS que ambos encabeçavam, como eu própria, e a milhares de socialistas e portugueses por esse país fora que o conheciam e intuiam que as acusações espalhadas contra ele eram falsas e perversamente fabricadas). Uma parte desse sofrimento fica em quem o experimentou: é irreparável – o próprio Paulo Pedroso o disse.Mas a Justiça portuguesa pode e deve fazer muito mais para reparar o que é reparável.E a reputação de um homem íntegro, um ministro competente, um deputado, dirigente político e professor universitário dedicado ao serviço público e ao progresso de Portugal, como Paulo Pedroso, pode e deve ser reparada.E as reputações do Estado de direito, da própria Justiça e da Polícia de investigação criminal em Portugal também podem, devem e realmente precisam de ser reparadas, porque todas ficaram gravemente feridas pelo “erro grosseiro” cometido contra o cidadão Paulo Pedroso.Para reparar o que ainda pode ser reparado o Estado português, através da Justiça, tem de ir mais além do que o reconhecimento do “erro grosseiro” e do pagamento de indemnizações: tem de fazer tudo para desenterrar a verdade e para identificar, expor e julgar os canalhas que instrumentalizaram jovens da Casa Pia, vítimas de abusos pedófilos, para acusarem falsamente Paulo Pedroso, Ferro Rodrigues e Jaime Gama (está em causa a segunda figura mais alta do Estado, o Presidente da Assembleia da República).O Estado tem também de garantir que rapidamente se conheça o veredicto judicial sobre as acusações contra Carlos Cruz, pois, como é obvio, o reconhecimento do “erro grosseiro” contra Paulo Pedroso faz disparar as inquietações da opinião pública sobre esta outra figura de notoriedade insuperável e conhecida colaboração com governantes do PS.Para reparar o que ainda pode ser reparado o Estado, através da Justiça, tem de fazer tudo para descobrir e revelar ao povo português o que moveu os canalhas que se conluiaram para montar a urdidura contra Paulo Pedroso, Ferro Rodrigues, Jaime Gama e todos os falsamente acusados.Uma urdidura montada para desviar atenções da investigação criminal sobre os frequentadores dos meninos da Casa Pia e do Parque, processos que não podiam deixar de ser articulados para a investigação ser competente e credível. Mas, aparentemente, não foram -recordo que o patético PGR da época recusou investigar quem eram os dois ministros de Durão Barroso que frequentavam o Parque, segundo a revista francesa “Le Point”....Uma urdidura montada para também, de caminho, decapitar políticamente o PS de uma direcção que inquietava o “centrão” traficante de favores e negociatas à custa do Estado.
Fonte: Ana Gomes, blog Causa Nossa, 3 Setembro 2008

Violência glamourosa

A entidade reguladora da publicidade no Reino Unido proibiu dois cartazes promocionais do filme de acção «Wanted», protagonizado por Angelina Jolie, argumentando que projectam uma «imagem glamourosa da violência e do uso de armas». A atitude da Advertising Standards Authority (ASA) foi desencadeada depois de esta ter recebido...18 queixas de cidadãos.

A malta já não vai em cantigas

Esgotou-se o efeito Bruni. Pelo menos, musicalmente falando. O último disco da primeira dama gaulesa, o primeiro lançado já depois do casamento com o presidente Sarkozy, vendeu, até ao momento, apenas 80 mil cópias. A carreira de Bruni tem sido sempre a descer. Dos 2 milhões de cópias vendidas no álbum de estreia, Bruni venderia apenas 380 mil no lançamento seguinte. Com esta trajectória, o melhor é a senhora dedicar-se à decoração do Eliseu e às viagens com o marido.

Merchandising made in Alaska



A avaliar pela amostra, a senhora Sarah Palin, putativa vice-presidente de McCain, está a tornar-se uma fonte inesgotável para os criativos americanos. O merchandising em torno da senhora floresce a olhos vistos.