20 fevereiro, 2008

Sacrifícios de um ministro

O advogado José Pinto Ribeiro assumiu o cargo de Ministro da Cultura há um par de semanas. O aceitar do convite para integrar o Governo levou a que renunciasse ao cargo de vogal não executivo do conselho de administração da Zon Multimedia (antiga PT Multimedia), depois de ter deixado de ser o advogado oficial dessa fábrica do humor em Portugal chamada «Produções Fictícias». Ganhar 4 mil euros, para perder 20 ou 30 mil euros por mês é o dilema com que se confronta quem é convidado para ir para um executivo em Portugal. Por isso, a nata continua nas empresas, multiplicando a presença em conselhos de administração, enquanto a «má moeda», sem ofensa para Pinto Ribeiro, continua sem ser substituída pela «boa moeda».

De Madrid a Barcelona, em 2h38m

O TGV espanhol ligou hoje pela primeira vez a estação de Atocha, em Madrid, e a estação de Saints, em Barcelona. O tempo médio de viagem a 300 kms/h é de 2h38m para cobrir os cerca de 600 quilómentros que separam as duas cidades. Para os interessados, 120 euros é o bilhete de classe turística e 216 euros para a classe executiva. Por cá, ainda estamos na fase dos projectos...

Dinheiro deitado à rua

O PSD paga cerca de 30 mil euros à empresa de comunicação de Cunha Vaz, mas os resultados tardam em aparecer, tanto no Parlamento, como a nível nacional. Por seu turno, o CDS-PP vem marcando a agenda em São Bento, com uma dinâmica estonteante de sucessivas interpelações e requerimentos a membros do Governo. Convém ver é que o PSD tem 75 deputados e o CDS, 12. E que o estratega dos centristas é Paulo Portas que, verdade seja dita, tem protagonizado as melhores intervenções na Assembleia da República.

Obama Sócrates

Com um enquadramento cénico à americana, Sócrates falou hoje no Parque das Nações para uma plateia de jovens sobre a aplicação dos programas para estágios profissionais de jovens Inov Jovem e Inov Contacto. No dia em que passavam três anos sobre a a tomada de posse do Governo socialista, a americanização do discurso atingiu o zénite quando Sócrates estimulou os jovens a acreditarem nas suas capacidades: «sim, nós podemos», «sim, nós vamos conseguir», numa colagem clara, mas assumida pelo próprio, ao brilhante slogan de Barak Obama nos states, «Yes, we can». Realmente em política já se inventou tudo. A única dúvida é saber quem copia melhor e mais rápido. Sócrates mandou o inglês às malvas e preferiu o "seu" afinado Português técnico...

Socialista só no rótulo

Estranha-se que 48 horas depois de uma das maiores cheias das últimas décadas na região de Lisboa, ninguém na imprensa e até na oposição política, questione por que é que nenhum membro do Governo se deslocou aos locais mais afectados para dar uma palavra de conforto às populações. O nosso direito à indignação perante um governo que de socialista só conserva rótulo.