31 julho, 2007

Apontamentos da cidade global (V)

Em Londres, os preços são quase proibitivos, mas podem-se fazer compras. Compre agora, com o cartão, e pague um dia destes. Se mesmo assim não tiver, dirija-se à DECO

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“Não há almoços grátis”, é uma das velhas máximas da ciência económica. Em Londres, quase nada é de borla ou de graça, e quase tudo é proibitivo. Exceptuando meia dúzia de museus públicos que têm “free admission” para todos os visitantes. De resto, de pouco vale reclamar. É sacar da carteira e pagar. Os ingleses conhecem os cartões VISA de ginjeira.
Tomando a referência de que cada libra corresponde a 1,5 euros, atente nos seguintes exemplos e, como diria o engenheiro, o melhor é fazer as contas: Se aprecia café, modere-se porque eles oscilam entre 1,20 e 2,20 libras; os bilhetes para os museus podem oscilar entre as 9 e as 25 libras; para refeições mais baratas, sem contar com o McDonalds ou Burger King, conte pagar, para duas pessoas, e sem beber vinho, entre 20 e 30 libras. Guardar uma mala no hotel depois do check out feito, pode custar 1 libra e aproveitar um pouco do tímido sol num dos parques de Londres sentado nas famosas espreguiçadeiras também tem direito a cobrar “imposto”. Um bilhete de metro simples, que pode dar para andar uma ou quinze estações, custa 4 libras. Já os souvenirs existentes nas lojas de todos os museus e atracções oscilam muito de preço, mas podem variar entre 1 ou 2 libras e as centenas de libras. Portanto, já sabe, se quer conhecer a cidade de que todos falam, acautele-se, tenha o seu VISA sempre à mão e procure divirtir-se. E não pense nas contas que lhe vão cair no mês seguinte. É terrível para a saúde e faz imensamente mal à pele...

Apontamentos da cidade global (IV)

Nem as nuvens no skyline lodrino impedem uma visão panorâmica inesquecível de Londres
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Construído para as comemorações do milénio, o London Eye é outra das atracções de primeira linha. Não aconselhável aos mais susceptíveis a vertigens, claustrofóbia ou a ataques cardíacos, esta atracção concentra mais de duas centenas de pessoas em cada viagem de 25 minutos. O facto de a roda gigante nunca parar, facilita o escoar de visitantes e de dinheiro em caixa, claro está. A vista sobre a cidade é gradual e completa e as medidas de segurança também. Os controles são vários e as mochilas são abertas e sujeitas a detector de metais ou outros artefactos mais destruidores. Não vá o diabo tecê-las...

Apontamentos da cidade global (III)

No museu de cera de Londres, Tom Cruise e David Beckham têm mais fãs do que os Beatles

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É indiscritível a oferta cultural e de entretenimento ao dispor dos turistas que visitam Londres. Mas o museu de cera de Madame Tusseaud’s é seguramente um caso muito especial. Conhecido em todo o mundo, arrasta multidões até Baker Street, uma zona um pouco distante do centro, que fazem filas para adquirir bilhetes que se eternizam por quase 1 hora. Nos piores dias, a venda de bilhetes chega a ser temporariamente suspensa devido ao facto de a sala onde estão as estrelas em cera estar “saturada”. As 25 libras que exigem ao turista são excessivas para ver o maior número de individualidades mundiais, vivas ou mortas, por metro quadrado, mas para compensar, os organizadores oferecem ainda ao visitante três espectáculos de curta duração, que acabam por minorar o travo amargo com que sai do edificio. Resta apenas dizer que é quase missão impossível tirar uma foto ao lado do boneco da Rainha de inglaterra, David Beckham, Tom Cruise e a Princesa Diana. As crianças e as adolescentes entram em histeria e por vezes vale tudo, uns empurrões, uns encontrões, umas pisadelas e alguns “sorry”. José Mourinho também por lá anda, ao lado do ex-jogador Gary Lineker, e quando estivemos no museu o treinador do Chelsea teve direito a pousar com alguns admiradores que por certo não conhece e porventura nunca virá a conhecer.

Apontamentos da cidade global (II)

Praça do mercado de Convent Garden no final de tarde do passado sábado
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O London way of life é seguramente dos mais animados e cosmopolitas do mundo e só não é ainda mais desenvolvido por causa da crónica instabilidade do tempo. O culto do espaço público está presente em todo o momento e em cada esquina. Nos extensos parques públicos (onde sobreassem o Hyde Park, o St. James Park e o Regent’s Park), onde se passeiam familias inteiras, se fazem pequenos piqueniques e se exercitam os músculos em passo de corrida lento ou acelerado, nas praças, nas cafetarias dos museus, a bordo das embarcações que cruzam o Tamisa e, inclusive, especialmente ao final da tarde, à porta dos pubs, onde está na moda vir para o exterior de copo de cerveja na mão conversar com os amigos ou colegas de trabalho. O epicentro de toda esta “movida” londrina é o bairro de Convent Garden, uma espécie de Docas para a elite da capital britânica, que faz o contraponto com o Soho, não muito longe, para um público mais alternativo.


Apontamentos da cidade global (I)

Mulheres cobertas com o véu e traje islâmicos são vistas às centenas em Londres, aqui, na foto, em pleno Hyde Park, o parque mais extenso da capital britânica
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A “culpa” da suspensão temporária do fluxo de mensagens que regularmente alimenta este espaço, ficou a dever-se a uma deslocação de lazer a Londres, capital olímpica em 2012 e que muitos afirmam ser a cidade da moda à escala planetária na actualidade.
Nova Iorque ficou imortalizada através do slogan “a cidade que nunca dorme”. Londres é a cidade do multiculturalismo e da diversidade por excelência, onde o melting pot (fusão culturas e raças) se verifica sem, aparentemente, existirem grandes atritos. Indianos, provavelmente a maioria, africanos, islâmicos (muitos deles já nascidos na Grã-Bretanha, mas que conservam intactos trajes e rotinas) europeus do ocidente, especialmente italianos, europeus de leste, especialmente russos, americanos, sul-americanos, todos se juntam em torno da grandiosa urbe de 7,5 milhões de habitantes, na Grande Londres, número que aumenta para 17 milhões se considerarmos a área metropolitana. Quase um terço dos habitantes são não brancos afectos a minorias étnicas. Um dado estatístico revelador da política de imigração e de incentivos aos que chegam, lançada pelo mayor da capital britânica, Ken Livinsgtone, também conhecido por Ken, “the red”, devido ás suas tendências esquerdóides. Menos regulamentação financeira e mais imigração, são as pedras de toque de um governo de cidade, que bem podia ser um governo de um país.

Benfica em cuecas com a saída de Simão?

O “abono de família” do Benfica dos últimos anos deixou-se seduzir pelos euros que um clube, neste momento vulgar como é o Atletico de Madrid, lhe acenou. Aos 27 anos, Simão tem direito a demonstrar o seu futebol além-fronteiras, depois da experiencia mais ao menos falhada no Barcelona, quando nem tinha 20 anos cumpridos, mas devia ter sabido escolher um clube ao seu nível. Não se percebe como se enjeitou o ano passado a oportunidade Liverpool, um clube com história e que ainda recentemente foi campeão europeu. E como é que ficam LF Vieira e o SLB na fotografia? Mal. O clube vai sofrer com a ausência do seu melhor jogador e não serão os três jovens que vieram no mesmo pacote, di Maria, Diaz e Freddy Adu, a salvar a honra do convento. Surpreendentemente, o Presidente do SLB não sofre contestação e os sócios conformam-se com a esta transferência. O “orelhas” nasceu com o rabinho virado para a lua. Mais vale cair em graça do que ser engraçado. Não sei porquê, mas temos a leve sensação que o engenheiro é que vai ficar de cuecas na mão...

237 motivos para fazer sexo

O departamento de Psicologia da Universidade do Texas levou a cabo uma série de entrevistas que dão corpo a um estudo sobre o comportamento sexual dos americanos e que está disponível no site da internet da Archives Of Sexual Behaviour.
As respostas à pergunta "O que o motiva a fazer sexo", são para todos os gostos: “ter filhos”, “por prazer”, “para aliviar a tensão sexual”, “aproxima-me de Deus”, “queimar calorias”, “para vingar-me da minha cara-metade que me traiu”, “porque estava bêbado” ou até “para tirar as dores de cabeça”. A mesma investigação revela ainda que a atracção física, a emoção e o status social, são factores determinares que impelem ou retraem a consumação do acto.
Que pena a sexóloga que o país inteiro consagrou, Marta Crawford, já não ter o seu late late night show na TVI para comentar este extraordinário estudo. Em alternativa, sempre se pode agendar um "opinião pública" da SIC Notícias à hora do chá para fazer ruborizar as avozinhas e as donas de casa que para lá costumam ligar.

Moda spicy

O regresso das Spice Girls, ou raparigas picantes, na Língua de Camões, está previsto para Dezembro, com a digressão mundial a iniciar-se em Vancouver, no Canadá. Já se sabe que Donatella Versace será a estilista oficial que vai vestir a banda britânica, estimando-se que o valor dos trapinhos alcance os 300 mil euros. Trocos...

Centros de emprego para ciclistas

Os patrocinadores das equipas de ciclismo estão a ficar fartos dos casos de doping que assolam a modalidade. Vai daí, a onda de despedimentos não pára. As duas últimas vítimas foram Vinokourov e Rasmunssen, este quando liderava o Tour, que foram despedidos por fazer batota. O primeiro por controlo anti-doping positivo e o segundo por ter mentido à sua equipa, a Rabobank, relativamente ao seu paradeiro – disse que estava no México e afinal, encontrava-se em Itália. Ontem soube-se que o espanhol Iban Mayo também foi à farmácia antes de participar numa etapa. Perante tanto escândalo, a vitória no Tour 2007 pertenceu a Alberto Contador da Discovery Channel, equipa de Sérgio Paulinho. Entretanto, um médico alemão afirma ter provas que o espanhol de 24 anos também venceu dopado, aumentando as suspeitas sobre todos os que se sentam sobre o selim de uma bicicleta. Como é habitual. a chauvinista imprensa francesa desvalorizou o triunfo do espanhol e defende uma “viragem” urgente na modalidade e no Tour, como revela a manchete do “L'Équipe” de ontem.

As acrobacias aéreas do senhor Virgin

Richard Branson, "sir" para os britânicos, proprietário da companhia aérea Virgin, revela na revista "GC" do proximo mês de Setembro que teve experiências sexuais na casa de banho de um avião, quando tinha apenas 19 anos. Descrevendo o acto como "o sonho de qualquer homem", Branson, lembra que num voo para Los Angeles, esteve com uma atractiva mulher no WC do avião: "começámos a fumar e fomos mais além". Branson queixa-se de que as casas de banho dos aviões são muito concorridas, pequenas e propícias a acrobacias e, para concluir este seu affair aéreo, relembrou o que ouviu da sua companheira de ocasião quando estavam prestes a aterrar na California: "Olha, é um pouco embaraçoso, mas o meu marido está à minha espera nas "chegadas", não te importarias de sair depois de mim?". Com um charme destes, mesmo a muitos mil pés, não admira que o senhor Branson tenha construído um império da dimensão da Virgin.

A frase do fim de semana

"Nunca, depois do 25 de Abril, o separatismo teve um aliado tão grande como o Pinto de Sousa", Alberto João Jardim, na festa do Chão da Lagoa, sobre as relações entre o Governo Regional e José Sócrates

Este blogue está vivo e recomenda-se

"As noticias da minha morte são um manifesto exagero", disse o escritor norte-americano Mark Twain, quando correram boatos sobre a sua morte. Pois apetece-me dizer o mesmo deste blogue, que após alguns dias em sequia, volta à rotina normal. As minhas desculpas para os fregueses mais assíduos, mas férias são férias, e fora de Portugal mais ainda. Mãos à obra...vamos a isso.